sexta-feira, 23 de julho de 2010

GENIALIDADE


Até que provem ao contrário, todo gênio é louco. Por mais que um gênio possa demonstrar a sua capacidade mental, ainda assim é um provável louco. Ser diferente, complexo, inquieto e avançado nos estudos nada prova que o gênio não é apenas um louco. Ser louco é muito mais fácil: é só topar com qualquer psiquiatra. Mas ser gênio é mais complicado. O gênio precisa morrer e esperar cem anos para ser reconhecido, pois a inveja humana compromete a genialidade.

Quantos homens foram perseguidos pelas suas descobertas científicas? Quantas mulheres foram mortas por terem mediunidade aguçada? É inimaginável compreender a dimensão da ignorância humana, da falta de bom senso, da falta de sensibilidade... Não há a menor dúvida de que ser gênio é a maior missão que se pode receber no planeta Terra. E, infelizmente, ser gênio é ser conivente com a solidão. É agüentar desaforo diante das suas convicções.

A genialidade está, sobremaneira, avançada ao seu tempo vivido. É por isso que o gênio é confundido com o louco. Estar vivendo fora do tempo é coisa de maluco para os intelectuais burgueses. Eles não podem entender as idéias avançadas do gênio. Portanto, é mais fácil transformar o gênio em louco, do que suportar a idéia de que o gênio está viajando na frente do tempo. E de que todo o seu trabalho é feito no intuito de apressar a humanização, de apressar o mundo novo, de revolucionar a história da humanidade.

A Igreja Católica Apostólica Romana é a pior inimiga dos gênios. Ela odeia a genialidade por medo de ver a sua idéia ultrapassada ser, literalmente, derrubada chã abaixo. Por isso, é mais provável ela elogiar uma asneira de um louco, do que ovacionar a inteligência de um gênio. É o império da mentira abafando a linguagem metafórica da genialidade. É o povo da ignorância se distanciando do gênio revolucionário. E o gênio obstinado persevera divulgando as suas idéias avançadas.

O poder político também é conivente com o poder religioso: só admite idéias novas se estas não abalarem a arcaica estrutura do Sistema. E o poder econômico completa a pirâmide do mal, comungando a ceia da irmandade. E o gênio trabalha na obscuridade, relevando a ignorância do Sistema, e construindo, paulatinamente, um novo mundo muito melhor. E assim tem sido a história da humanidade, século após século.

Estamos vivendo um tempo difícil, extremamente materialista, incapaz de apoiar a arte. Não temos mais os mecenas do passado. Cada um se vira como pode. E com isso, muitos gênios acabam, de fato, enlouquecendo, pois não conseguem desenvolver as suas idéias revolucionárias.

O mundo tecnológico espalhou uma infinidade de aparelhos eletrônicos que viciam as pessoas. E é isto mesmo que o Sistema deseja: um povo cada vez mais viciado na tecnologia, pois, assim, as vendas aumentam. E os ricos ficam cada vez mais ricos; e os pobres cada vez mais pobres. As invenções do Sistema são caóticas, mudam a cada momento, e o povo compra, sempre, as atualizações. Num mundo onde a máquina pensa pelo homem, não é necessário se ter idéias de gênio. Então o gênio pode passar fome, frio, ficar louco ou morrer no anonimato. Pois, afinal, quem precisa de gênios num mundo cheio de máquinas?









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