quarta-feira, 21 de julho de 2010

SENTIMENTOS NEUTROS

O meu depositário de lágrimas está seco, sem a cortesia das avalanches convulsionais dos córregos da paixão: e os indícios eletromagnéticos da minha mediunidade intuitiva e inspirada ficam estropiados nas indolências mentais... E a sabedoria cibernética do meu hermetismo acirrado, quando eu disponho de subsídios suplicantes, aflora uma poesia comprovadamente complexa e sobrenatural... E as minhas visualizações, engendradas nas metáforas do absurdo, compadecem nos meus ideais ecomunitários... Soberanas infiltrações psicodélicas de versos pungentes, embolando os sentimentos neutralizados pelo tédio das horas inválidas, acometem os princípios das atrocidades cotidianas...

Discernir as ondulações mentais, de um poeta com loucuras escarpadas, é tarefas relevantes à crítica; mas impensável ao juízo dos materialistas céticos, pois eu penso que lhes faltam maturidade e sensibilidade... E o semblante esotérico, ou secretamente maçônico, induz, à sociedade adormecida, a implacável destinação das manobras políticas, onde os direitos de amizade são tragédias sociais estrábicas incomensuráveis... Nadar em solidões desgraçadas tem sido as produções literárias e artísticas destes vanguardeiros revolucionários excepcionais, ainda que não tenham, nos seus tempos vários e impróprios, o fulgor das consagrações impostas aos artistas mercantilistas...

Enjaulamentos de várias complicações venosas, como o ensurdecimento colérico das vinhetas, são adestramentos de animais selvagens à moda antiga... E as saliências alvas e incorporadas nas atitudes inconvenientes de um psiquismo atropelado de neuroses e histerias são estas ablastêmicas aporrinhações cotidianas envernizadas no tédio... As pessoas normais são máquinas produtivas, quando estão ativadas, alicerçando as bases do capitalismo selvagem; e ainda que queiram pensar em suas vidas, não encontram guarida... E as rebeldias incontroláveis são enjauladas nas dependências dos manicômios judiciários... Subjuntivas equações de emoções geográficas, interpeladas geometricamente, não respondem as inquietações de um artista absolutamente louco e irreverente, ainda que as minhas deduções lógicas possam abafar o insuflar do meu ilogismo...

Os meus sentimentos neutros não querem ovações de uma elite chifruda, nem de uma burguesia mercantilista, pois a compensação da minha arte está na metamorfose que dela pode surgir um novo mundo social justo... Os poucos sonhadores têm se alojado no nosso planeta, imbuídos de uma determinação extraordinária, para tão-somente poder executar os seus trabalhos em prol da evolução da nossa humanidade: enquanto vivos são perseguidos; depois de mortos, são consagrados à genialidade... Estando nesta vil condição de sonhador, navegando na minha hexapolaridade, tenho atravessado os oceanos de solidões nefastas... E os meus desejos materiais morrem na luz do Espiritismo...







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