sexta-feira, 23 de julho de 2010

OS SEGREDOS DE DEUS


Desde que eu me conheço por gente, que eu creio na existência de um Deus onipotente. E foi a lógica, observando as maravilhas do mundo, que me induziu ao meu pensamento metafísico da divindade. E como sempre fui um estudioso, um pesquisador de conhecimentos gerais, sendo o autodidata que sou, acabei por penetrar na senda do Espiritismo, donde nunca mais sairei. Estudando o Espiritismo por mais de oito anos, adentrei-me na ciência e na filosofia dos Espíritos Superiores. E, mais do que nunca, adquiri uma fé científica que me comprova uma estupenda necessidade da existência de um único e onipotente Deus...

A fé cega dos povos alienados e ignorantes os ajuda a suportar as provas e as expiações por que passam. Mas não despertam a consciência cósmica da ciência e da filosofia divina. Tão pouco os faz perceber que precisam evoluir os seus espíritos – e que este proceder só depende deles, através do livre-arbítrio concedido por Deus... Os sermões dos religiosos, em seus templos suntuosos, entram por um ouvido e sai pelo outro: não existe nenhum ensino doutrinário neste tipo de procedimento clerical. A verdade de Deus tem que ser estudada cientificamente e filosoficamente por longos anos: estive em todas as religiões e em todas as seitas e só respondi as minhas angustiantes perguntas dentro do Espiritismo. Não sou adepto a centro espírita algum, pois não sou um homem de religiosidade ritualizada, e, ainda, sacralizada; mas faço o que muitos espíritas não fazem: estudo detalhadamente, com persistência, toda a ciência e toda a filosofia kardecista – evito ler psicografias, pois no Espiritismo existem, também, os charlatães dizendo asneiras a respeito dos mundos espirituais de Deus. Estudar a doutrina espírita kardecista é o que basta para o Homem tomar conhecimento do mundo dos espíritos e da presença magnífica e onipotente de Deus.

Deus é incriado. A Eternidade é incriada. Ambos andam de mãos dadas no infinito dos infinitos. Os dois não tiveram começo e nunca terão um fim. Somente os dois sabem o que tem antes do começo dos universos espirituais e materiais: os espíritos nunca saberão (muito menos os homens) os segredos de dois seres (Deus e Eternidade). Não poderiam revelar este mistério de seres que existem desde todo o sempre e não foram criados; pois o equilíbrio das leis imutáveis de Deus estaria sujeito a desequilibrar-se, caso um, ou mais espíritos puros, quisessem assumir o controle das cosmologias infinitas. Nem tudo que eu penso deve se encontrar descrito no Espiritismo (sou um pensador nato): o Espiritismo não nos diz que a Eternidade é a “esposa” de Deus e, juntos, são um só; mas o que eu estudei sobre Deus e sobre a Eternidade, na ciência espírita, me faz acreditar nesta possibilidade...

Quando chegamos à perfeição, tornamo-nos Espíritos Puros. Os Espíritos Puros são os ministros de Deus. Podem vê-lo em toda a sua plenitude. Imaginem uma energia espiritual, sem perispírito, e infinitamente poderosa, com pensamentos infinitamente criativos, ofuscando as centelhas espirituais que pululam os universos infinitos. Uma mente extremamente etérea e translúcida... Como eu posso descrever o nosso Deus infinito; se os próprios Espíritos Superiores são vagos nas suas descrições? Os segredos de Deus são como uma esplendorosa mágica: executada diante dos olhares ávidos (desde que não saibam do seu truque) se torna sobrenaturalmente mágica; uma vez que o mágico revele o seu truque, torna-se vulgar... Deus é o grande mágico (ou o grande arquiteto) de todas as suas criações, e jamais revelará a quem quer que sejam os seus mais íntimos segredos, pois perderia a sua onipotência...







Nenhum comentário:

Postar um comentário