quinta-feira, 22 de julho de 2010

DITADURA DEMOCRÁTICA


Será que os ventos que sopram sobre as nossas cabeças democráticas são, efetivamente, novos ventos de tempos desprovidos de caudilhismo ditatorial? Será que os novos governantes democráticos são exatamente o apogeu da liberdade de expressão, em perfeita harmonia com os nossos direitos naturais e com os nossos direitos adquiridos? O nosso enfrentamento (sob os nossos ideais democráticos e comunitários) está devidamente compreendido e respeitado pelas forças políticas, pelas forças econômicas e pelas forças religiosas do nosso país democrático?

Os tempos da ditadura militar estão, realmente, muito distantes dos nossos dias democráticos. Sobretudo no que tange às perseguições sanguinárias aos destemidos subversivos da época. O pensamento político militar era imposto e preservado através da violenta repressão cultural, demonstrada através da brutalidade exposta: Geraldo Vandré (cantor e compositor brasileiro) foi preso e torturado – com choques elétricos, perdendo a sua capacidade de discernimento... E tudo por causa de uma composição belíssima de sua autoria. E quantos pensadores de vanguarda foram mortos pelo poder de fogo do regime militar, sem restar nenhum vestígio de seus corpos?

Os tempos realmente são outros. A liberdade de expressão, no regime democrático, é bastante abastecida de ilustres pensadores modernistas, preocupados com o andamento evolutivo da nossa sociedade brasileira e dominantemente democrática. Mas será que a liberdade de expressar, na melhor forma possível, o pensamento reúne toda a nossa esperança de vivermos um mundo mais justo e mais fraterno? Será que pensar livremente soluciona todos os problemas dos assalariados brasileiros? Será que os verdadeiros princípios democráticos estão sendo respeitados e aplicados - tão-somente por nos expressarmos livremente sem o medo da represália do Sistema? Eles estão deixando a gente expressar o pensamento, é verdade; mas os nossos anseios de justiça e liberdade estão sendo cogitados? Estamos conduzindo os nossos próprios passos como rege a cartilha do princípio democrático: “todo o poder emana do povo, para o povo e pelo povo”... Será que eles, o poder político, não continuam a governar a uma classe dominante e privilegiada pelo poder econômico? Será que a própria religião não está imbuída de manifestar a religiosidade do amortecimento das massas espremidas na ignorância? Serão os tempos modernos os precursores do humanismo; ou estaremos, continuamente, sendo enganados pelos mesmos déspotas da nossa humanidade?

A resposta para tantas perguntas, aparentemente insolúveis, não me parece estar na boca de um homem, ou na manifestação política partidária democrática: quero crer que somente um novo Sistema de Coisas poderá responder às nossas perguntas mais inquietantes...







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