quarta-feira, 21 de julho de 2010

RECOMPENSAS DIVINAS

De um modo geral, as pessoas desejam receber as recompensas materiais, em detrimento às possíveis recompensas divinas... Eu digo possíveis recompensas divinas, porque se costuma dizer: não sei nada sobre o que vem depois da morte, e por isso quero aproveitar tudo o que eu puder aproveitar em vida... Este raciocínio é estupidamente irracional no que tange à realidade divina... Somente as pessoas que não estão, ainda, espiritualizadas podem desacreditar nas recompensas divinas após a morte...

A morte na realidade não existe, pois é a vida espiritual que abandona o corpo – e este inutilizado, sendo matéria, entra em decomposição... Se a morte não existe, pois o nosso espírito continua vivendo, após a separação, é provável se pensar, se deduzir que é na vida espiritual, que é a vida verdadeira, a nossa consagração, ou não, diante de Deus... Querer obter recompensas materiais, para a satisfação dos nossos prazeres materiais, é uma sensação fugaz, caótica e momentânea incapaz de ser comparada, analogicamente, com as recompensas obtidas no plano espiritual...

Quantas pessoas já pensaram assim: de que adiantou aquele grande artista vanguardeiro ter revolucionado o mundo em que vivemos, cem anos após a sua morte; se o mercantilismo da arte está usufruindo-se da sua obra – e ele, que é um grande artista, não pôde aproveitar o gozo do seu sucesso póstumo? Talvez possa ser trágico para um grande artista, não ser reconhecido no seu próprio tempo... Talvez o sucesso material não vivenciado por um grande artista, possa ter lhe proporcionado um ingente sofrimento... Mas, entenda, a missão deste grande artista era aprimorar o conhecimento humano e proporcionar, há seu tempo, uma considerável evolução para a nossa humanidade... Não veio a passeio ao mundo para distrair-se com as futilidades dos prazeres materiais: veio progredir o seu espírito, ajudando o progresso na nossa humanidade... Jesus Cristo assim o fez, no seu tempo: progrediu o seu espírito, ajudando na evolução da nossa humanidade... Ora, meus irmãos, as recompensas materiais são efêmeras e fugazes diante da permanência, da eternidade das recompensas divinas: Deus conhece muitíssimo bem os seus bons filhos, e a felicidade eterna os aguarda...

Se você não conhece os atributos do nosso Deus único, e imagina a possibilidade dele não existir, pois as religiões ultrapassadas e caducas o fazem descrer; então é possível que as recompensas materiais possam iludir os teus olhos incomensuravelmente... E não há outro jeito, a não ser queimar os teus desejos insaciáveis... Entretanto, ao desencarnar da tua matéria grosseira, não espere a tua glorificação no teu retorno ao mundo espiritual... Deus te dirá: já recebeste a tua recompensa material; no entanto, deverá retornar ao planeta Terra, para recomeçar tudo de novo, a título de evoluir o teu espírito – e o espírito não evolui no gozo dos prazeres materiais; mas no ápice do seu sofrimento deificado, delimitado por Deus...

Eu sou um artista vanguardeiro e, por excelência, tenho vivido um ingente sofrimento... Mais do que nunca, contando com 52 anos de idade, sei da relevância do meu trabalho literário e artístico em prol da evolução da nossa humanidade... Mas já não tenho a preocupação obsessiva de me encontrar com o reconhecimento da crítica, no que tange ao meu desempenho enquanto artista... Quero, sim, poder realizar, enfaticamente, a plenitude das minhas artes, deixando-as como o meu legado espiritual... O sucesso, se me procurar em vida, será recebido de uma forma serena, tranqüila e efêmera: não deixarei que a vaidade, nem o orgulho, possam apequenar o teor do meu trabalho... Não estou acostumado a ouvir elogios; mas se vierem, estarei atento e prevenido contra as suas conseqüências... Mas o que eu quero mesmo é receber elogios do nosso Deus, quando a minha velha carcaça material cair em desuso: livre das amarras materiais, com certeza, eu serei muito mais feliz e glorificado pelas luzes celestiais de Deus...




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